projetos

Ucides Cordatus Area Amostral Jureia Março 2012 Apicum Boticario Monitoramento da densidade e estrutura populacional do caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Brachyura: Ucididae), como indicador de mudanças climáticas.

Ucides cordatus é uma espécie endêmica, abundante e muito explorada comercialmente em manguezais, apresentando relevância ecológica por atuar em vários processos. Modula a disponibilidade de recursos e, por isso, se adapta às variáveis abióticas e bióticas com as quais interage. Os cenários de mudanças climáticas indicam uma variação do nível do mar que poderá influenciar a distribuição espacial deste caranguejo, sendo preconizado seu deslocamento para topografias mais elevadas (“apicum”), onde os jovens encontram condições adequadas para se desenvolver. O objetivo deste projeto é utilizar um protocolo teórico em um monitoramento contínuo, de maior duração, que poderá detectar alterações na biologia populacional deste crustáceo, especialmente em sua densidade, estrutura e maturidade morfológica, como efeitos de mudanças climáticas locais ou regionais. Assim, parâmetros bióticos (biometria arbórea e densidade do caranguejo) serão confrontados àqueles abióticos (ar, água e sedimento), com recomendação daqueles explicativos e de maior relevância em nível espacial, sazonal e temporal. Este protocolo teórico foi previamente apresentado à “Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros” (ReBentos), não tendo sido ainda validado em campo, evidenciando sua originalidade e, em caso de sucesso, sua aplicação potencial em todo o litoral brasileiro. Assim, o delineamento é pretendido para a execução dos trabalhos em quatro anos (2015 a 2018), em duas subáreas (margem e "apicum"), com coletas sazonais (verão e inverno), em duas áreas amostrais: ESEC Juréia-Itatins, SP – equipe da UNESP/CLP; e ESEC Guaraqueçaba, PR – equipe da UFPR e ICMBio. Os resultados a serem obtidos poderão fornecer suporte a um plano de gestão, indicando possíveis alterações populacionais sofridas como efeito da elevação do Nível Médio Relativo do Mar (NMRM).

Responsável: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (UNESP/CLP).
Associados: Profa. Dra. Setuko Masunari (UFPR).
Equipe UNESP/CLP: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro; MSc. Caroline de Araújo Souza (DR); MSc. Renata Benito Pettan (DR); Márcio Camargo Araujo João (IC); Leonardo Silveira Maia (ME); Juliana Simão Saraiva (IC); Michel Tartarotti Angeloni (IC); e MSc. Wagner Ferreira Villano.
Equipe UFPR e ICM Bio: Profa. Dra. Setuko Masunari; Dr. Luiz Francisco Ditzel Faraco (ICM Bio); MSc. Kelly Ferreira Cottens (ICM Bio); MSc. Murilo Zanetti Marochi; MSc. Salise Brandt Martins; Biól. Madson Silveira de Melo; Madson Alves Campos; e Maicon André Wons Fernandes.
Financiamento: Projeto FAPESP-Boticário (Proc. # 2014/50438-5).

Diversidade Infraordens Axiidea Diversidade Infraordens Axiidea Diversidade Infraordens Axiidea Diversidade e distribuição geográfica de camarões corruptos (Infraordens Axiidea e Gebiidea), ao longo do litoral brasileiro: uma aproximação ecológica aos padrões biogeográficos de distribuição.

Os camarões corruptos são classificados como engenheiros ecossistêmicos, por possuírem capacidade de modificação, manutenção e/ou criação de habitats, o que lhes confere relevância na construção estrutural da comunidade em habitats aquáticos pouco profundos. A informação sobre a diversidade e distribuição geográfica dos camarões corruptos do litoral de Brasil ainda é escassa, sendo vinculadas, principalmente, às regiões norte e nordeste do Brasil. Algumas investigações têm propiciado a confecção de uma listagem das espécies destes camarões, mas o conhecimento geral da distribuição geográfica deste grupo ao longo do litoral de Brasil é ainda bastante limitado. Baseado em um plano de coleta latitudinal, que abrangerá todo o litoral do Brasil, o presente projeto propõe examinar a diversidade e distribuição geográfica das diferentes espécies de camarões corruptos das infraordens Axiidea e Gebiidea. Além disso, espera-se obter importante informação populacional (p.ex., proporção sexual e presença de fêmeas ovígeras) para cada uma das espécies estudadas, correlacionando sua história de vida ao seu padrão latitudinal de distribuição geográfica na costa brasileira, além da estimativa de sua densidade (contagem do número de galerias) e coleta de material biológico, com amostragem de exemplares dos camarões corruptos e dos decápodos simbiontes associados às suas galerias. Para tanto serão efetuadas duas expedições no litoral brasileiro: (i) ERN, Região Norte-Nordeste; e (ii) ERS, Região Sudeste-Sul. Os resultados deste estudo contribuirão ao conhecimento biogeográfico deste importante grupo de camarões, como também poderão servir de base à realização de estudos sobre gestão e conservação das diferentes populações de camarões corruptos ao longo do litoral brasileiro.

Responsável: Dr. Patricio Alejandro Hernáez Bové (Investigador Associado - Universidad de Tarapacá - Chile)
Supervisor Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (UNESP/CLP).
Equipe: Membros do CRUSTA (UNESP - IB/CLP)
Financiamento: Projeto FAPESP (Nº Processo 2015/09020-0)

Efeitos Tóxicos e Bioacumulação de Metais em Populações do Caranguejo-Uçá (Crustacea, Brachyura) na Costa Amazônica Brasileira.

Uma das grandes preocupações ecológicas atuais refere-se ao impacto ambiental causado pela liberação antrópica de metais nos diversos ambientes naturais e, de maior importância, naqueles de maior interação com populações humanas, como os manguezais. No litoral da costa amazônica, essa liberações , ainda que insipientes, começam a alcançar escalas progressivas, onde os recursos disponíveis nos manguezais serão seus principais alvos. Dentre os organismos típicos dos manguezais está o caranguejo-uçá (Ucides cordatus), que é um dos principais recursos pesqueiros utilizado na economia de subsistência e comércio informal pelas populações humanas do entorno desse sistema. O acúmulo de metais por este crustáceo é um dos maiores impactos a ser estabelecido no manguezal, dada sua importância para a sobrevivência das populações tradicionais. O principal objetivo deste projeto é avaliar o efeito tóxicológico da bioacumulação por metais pesados nos componentes abióticos e bióticos dos manguezais amazônicos localizados nas reentrâncias dos estados do Pará e Maranhão. Assim, será avaliado o grau de contaminação da água, sedimento, vegetação arbórea (Rhizophora mangle) e do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) por seis metais (Cd, Cu, Pb, Cr, Mn e Hg) em quatro áreas de manguezal, sendo duas (uma contaminada e uma prístina) em cada estado. O impacto geno e citotóxico sobre as populações do caranguejo-uçá, será avaliado com base na frequência de hemócitos (hialinócitos) micronucleados e no tempo de retenção do vermelho neutro pelos lisossomos. Os resultados desse projeto auxiliarão na melhor compreensão dos efeitos da contaminação por metais pesados no ambiente. Contribuindo assim, com informações essenciais para a adoção de medidas cabíveis pelas instituições públicas que tratam da qualidade ambiental, bem como para subsidiar tomadas de decisão quanto à conservação dos recursos disponíveis (ex. caranguejo-uçá) nos manguezais para uso das populações tradicionais que vivem no entorno desse sistema ao longo da costa amazônica brasileira.

Responsável: MSc. Ádria de Carvalho Freitas (doutoranda - UNESP/PPG-BA - São Vicente) & Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (UNESP/CLP)
Co-orientador: Prof. Dr. Marcus Emanuel Barroncas Fernandes (UFPA).
Associados: Prof. Dr. Marcelo Oliveira Lima (Instituto Evandro Chagas).
Equipe: MSc. Caroline de Araújo Souza (DR).
Financiamento: Bolsa de Doutorado - CAPES & Edital Universal CNPq (Coordenador Prof. Dr. Marcus Emanuel Barroncas Fernandes).

Extensão Universitária Extensão Universitária Extensão Universitária Educação Ambiental sobre Manguezais em Escolas de Ensino Fundamental do Município de Santos (SP)

Cabe à Universidade realizar pesquisas científicas de qualidade, bem como sua tradução em linguagem de entendimento mais facilitado à comunidade. No caso do meio ambiente, os conhecimentos obtidos assumem primordial importância, principalmente em assuntos relacionados a sua preservação e a sustentabilidade de ecossistemas costeiros, como os manguezais. Desde 1998 o Grupo de Pesquisa em Biologia de Crustáceos (CRUSTA) tem desenvolvido pesquisas sobre a Biologia, Ecologia e Manejo do Caranguejo-Uçá (Ucides cordatus), bem como avaliações dos impactos humanos em manguezais paulistas, trazendo prejuízos ou supressão deste ambiente e sua biota. Tais conhecimentos vêm sendo transmitidos aos agentes gestores (professores do ensino fundamental) e seus alunos, através de palestras e da distribuição gratuita de uma cartilha de educação ambiental, concebida sob a forma de estória em quadrinhos, onde o assunto é apresentado com profundidade e humor, numa linguagem acessível de fácil acesso, especialmente às crianças. Na estória, duas crianças (Gu e Gui), descobrem o ambiente inicialmente hostil dos manguezais, conhecendo , também, o Prof. Magrão, um estudioso deste ambiente. Maravilhados com as novas descobertas, conhecem a importância dos manguezais, suas principais características e sobre a vida de seus habitantes. Apesar da estória ser centrada no ciclo de vida de uma das espécies ícone desse ambiente (caranguejo-uçá), outras espécies vão sendo apresentadas no decorrer da trama, fazendo com que as crianças descubram sua relevância ecológica e econômica. Ao final da estória, são apresentados vários passatempos aos alunos, como ligue-pontos, caça-palavras, desenhos para colorir e uma dobradura (origami) de caranguejo. Antes de receberem gratuitamente as cartilhas, os alunos participam de uma palestra em multimídia, além de participarem de atividades e dinâmicas em grupo sobre quatro temas relacionados ao ecossistema manguezal: 1) Meio Ambiente e o Manguezal; 2) A Fauna do Manguezal; 3) A Flora do Manguezal; e 4) Degradação e Poluição dos Manguezais. Esses temas são ministrados em quatro visitas que são realizadas em semanas consecutivas.

Responsável: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro
Equipe Executora: Camila Evelyn Rodrigues Pimenta, Bruna da Silva Lopes e Márcio Camargo Araújo João
Financiamento: CEPSUL/IBAMA, FAPESP, FUNDUNESP e Pró-Reitoria de Extensão da UNESP (PROEX / Reitoria UNESP).

Callichirus major Callichirus major Callichirus major Callichirus major Morfologia reprodutiva, estrutura social e recrutamento do camarão-fantasma Callichirus major (Say, 1818) (Decapoda: Callianassidea: Callianassidae), na Praia do Gonzaga, Santos (SP), Brasil

Callichirus major é uma espécie de camarão-fantasma com ampla distribuição geográfica no Atlântico Ocidental, apresentando expressiva relevância ecológica e econômica. Devido a sua abundância, a captura deste camarão é intensa, por seu uso como isca na pesca esportiva no litoral brasileiro. O presente projeto visa caracterizar a anátomo-histologia do sistema reprodutivo masculino e feminino de C. major, com base em possíveis alterações durante sua ontogenia, além de aspectos relacionados à dinâmica da estrutura social, razão sexual e recrutamento dessa espécie. Para isto, os camarões serão coletados mensalmente, durante um ciclo anual, na Praia do Gonzaga, Município de Santos (SP), com registro de informações individuais para cada galeria (p. ex., número de espécimes, sexo, registro de fêmeas ovígeras, etc.). Posteriormente, os exemplares serão medidos e dispostos em classes de tamanho. O sistema reprodutivo de cada sexo será também descrito quanto a sua morfologia externa, com registro das principais estruturas ao longo da ontogenia da espécie, usando um sistema de análise de imagens, com posterior desenho em mesa digital. Uma análise histo-anatômica dos testículos e ovários também será realizada durante a ontogenia, com submissão das peças à rotina histológica, para sua posterior descrição. A contagem mensal dos camarões por galeria permitirá estimar a estrutura social desta espécie, assim como a razão/pareamento sexual e recrutamento durante um ciclo anual. Os resultados deste estudo gerarão novos conhecimentos sobre C. major, contribuindo para a construção da história natural da espécie.

Responsável: Biól. Juliana Priscila Piva Rio (mestranda - UNESP/PPG-BA - São Vicente); Prof. Dr. Marcelo Antônio Amaro Pinheiro; Dr. Patricio Alejandro Hernáez Bové.
Associados: Nenhum.
Financiamento: Nenhum.

1 1 1 1 O caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Crustacea, Brachyura, Ucididae), como espécie bioindicadora do estado de conservação de manguezais.

O presente projeto visa avaliar o impacto fisiológico e citotóxico em populações de caranguejo-uçá (U. cordatus) causados pela degradação dos manguezais paulistas, com base na dosagem de metalotioneínas, da lipoperoxidação, bem como avaliações de lesões genômicas (técnica do micronúcleo) e da integridade da membrana lisossômica (técnica do vermelho neutro). Através de análises de associação entre as respostas biológicas fornecidas pelos biomarcadores, pretende-se avaliar o estado de comprometimento de seis áreas de manguezal do Estado de São Paulo (Cananéia, Iguape, Juréia, Cubatão, São Vicente e Bertioga), previamente caracterizadas quanto a contaminação por metais durante o Projeto Uçá III (Processo FAPESP nº 2009/14725-1). Os resultados obtidos permitirão avaliar a plasticidade de resposta por cada um destes biomarcadores e, por comparação, validar o uso desta espécie de crustáceo como espécie sentinela e indicadora do estado de conservação dos manguezais brasileiros.

Responsável: MSc. Caroline Araújo de Souza (doutoranda - UNESP/PPG/IB - Rio Claro) & Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (orientador).
Associados: Profa. Dra. Flávia Pinheiro Zanotto.
Equipe UNESP/CLP: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro; Nicholas Kriegler (IC); Michel Tartarotti Angeloni (IC); Márcio Camargo Araújo João (IC); e Camila Evelyn Rodrigues Pimenta (IC).
Financiamento: Bolsa de Doutorado - CNPq (Proc. # 141627/2014-0).

Diversidade da ictiofauna Diversidade da ictiofauna Diversidade da ictiofauna Diversidade da ictiofauna e carcinofauna do Sistema Estuarino Santos-São-Vicente, Brasil: ferramenta proposta para avaliações da integridade ambiental.

Os estuários são ambientes de extrema importância, seja por seu valor cênico ou relevância ecológica ao ciclo de vida de muitas espécies marinhas e de água-doce. Em contrapartida, estão entre os ambientes mais afetados por conta de atividades antrópicas. Neste contexto, o Estuário de Santos está inserido em uma das áreas mais urbanizadas do litoral paulista, com vasto histórico de degradação ambiental em decorrência da poluição industrial, portuária e doméstica. Ainda assim, várias atividades são ali praticadas, como a pesca profissional artesanal e amadora, sustentando uma frágil cadeia produtiva. A constante modificação imposta ao Estuário de Santos por distintos tensores antrópicos e formas de uso, além da própria dinâmica natural, cria um cenário preocupante quanto a gestão. Até o momento os estudos sobre comunidades aquáticas têm figurado apenas em licenciamentos ambientais, não havendo referências para comparações temporais ou diagnósticos aprofundados sobre seu estado atual. Diante desta realidade, pretende-se avaliar a integridade ambiental do Estuário de Santos (SP), com base em indicadores biológicos e populacionais da ictio e carcinofauna, como ferramentas para o monitoramento e gestão ambiental. Para isso serão utilizados diferentes métodos de estudo, pautados em suas distintas eficácias e aplicabilidades ao cenário atual deste estuário. Pretende-se, assim, contribuir diretamente para a gestão do uso deste ambiente, identificação das espécies componentes da ictio e carcinofauna, avaliação da importância ecológica das áreas e seu estado de preservação, com vistas à manutenção do equilíbrio ambiental diante da atual política de expansão portuária.

Responsável: MSc. Marcelo Ricardo de Souza (doutorando - UNESP/PPG/IB - Rio Claro) & Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (orientador).
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro.
Financiamento: Bolsa de Doutorado – CAPES.

Morfometria geométrica e índices reprodutivos como indicadores de contaminação por metais no caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Crustacea, Brachyura, Ucididae), em manguezais do Estado de São Paulo, Brasil.

O presente estudo visa validar o uso da morfometria geométrica e de índices reprodutivos (fecundidade e fertilidade), para o caranguejo Ucides cordatus, como técnicas bioindicadoras do estado de contaminação por metais, bem como da identificação de manguezais impactados ou prístinos. Foram estabelecidas 04 áreas, sendo duas de elevada contaminação (Bertioga e Cubatão) e as demais de contaminação reduzida/ausente (Cananéia e Juréia). Cada área compreenderá três subáreas, com a captura de 55 exemplares em intermuda (15 machos e 40 fêmeas), totalizando 165 indivíduos. Na morfometria geométrica serão utilizados apenas os exemplares machos para a análise do cefalotórax (vista dorsal), própodo quelar maior (face externa) e abdome. As imagens obtidas serão submetidas a programas específicos para estudo de simetria (cefalotórax e abdome) e variação de forma (todas as estruturas). Os índices reprodutivos por área serão representados pela fecundidade (relação NOxLC, com NO = número de ovos; LC = largura cefalotorácica) e fertilidade (relação NLxLC, com NL = número de larvas). As equações de cada índice serão confrontadas gráfica e estatisticamente, além de realizado procedimento para exclusão do efeito de tamanho. Os resultados serão comparados com o estado de conservação dos manguezais quanto à contaminação por metais, verificando sua sensibilidade e confiabilidade na detecção de áreas poluídas e prístinas deste ecossistema.

Responsável: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro (orientador).
Associados: Márcio Camargo Araújo João (aluno iniciação cientifica).
Financiamento: Nenhum

Biologia populacional de Callichirus major (say, 1818) (Crustacea; Axiidea; Callianassidae), nas praias de Santos e Itararé, litoral centro do estado de São Paulo, Brasil

Callichirus major é um crustáceo decápodo escavador de sedimentos em praias arenosas. Estudos realizados em Santos (SP), entre 1983 a 1993, embasaram uma legislação municipal de defeso das espécies de Callianassidae (Lei Municipal nº 1.293/93), fato que não ocorre em municípios limítrofes, como São Vicente. O presente projeto visa uma avaliação comparativa da biologia populacional de Callichirus major entre as praias de Santos e São Vicente, com avaliação de parâmetros relacionados à estrutura de tamanho, densidade e razão sexual deste crustáceo, assim como alguns parâmetros hídricos (temperatura, salinidade e oxigênio dissolvido) e edáficos (composição granulométrica e teor de matéria orgânica), relevantes à sua distribuição e adensamento populacional. Primeiramente será efetuado um teste de tamanho do quadrado ideal para as amostragens, assim como o número de réplicas ideal para cada área amostral. O possível efeito da declividade e distância do mar sobre os parâmetros populacionais da espécie será também testado em duas transecções de quadrados amostrais contíguos (vertical e paralelamente à linha de costa), com escolha daquela de menor variância para uso nas análises sazonais e temporais. O efeito dos canais de drenagem sobre os parâmetros populacionais desta espécie também será avaliado, empregando transecções próximas e distantes a eles. Com base nos resultados obtidos será estabelecido o número de subáreas amostrais em cada praia, levando-se em conta sua extensão (Praia do Itararé: 2,3 km; e Praia de Santos: 4,7 km). Cada subárea amostral será avaliada mensal e sazonalmente utilizando o tipo de transecção de quadrados definida previamente, contabilizando as galerias da espécie por quadrado amostral. Os exemplares serão removidos de suas com uma bomba sugadora em PVC, sendo os espécimes de C. major individualizados em sacos plásticos etiquetados, o mesmo ocorrendo com os animais simbiontes presentes nessas galerias. Os espécimes serão sexados e passarão por biometria com paquímetro de 0,01 mm (CC, comprimento cefalotorácico; CT, comprimento total; CO, comprimento da área oval; CPma, comprimento do própodo do quelípodo maior; e CPme, comprimento do própodo do quelípodo menor) e peso úmido em balança de 0,0001g (PE, peso úmido total; e PO, peso úmido da massa ovígera). As fêmeas ovígeras serão também registradas, bem como o estágio embrionário (inicial, intermediário e final). Todos os animais também terão seu estágio de maturação gonadal avaliado macroscopicamente, com posterior determinação do tamanho mínimo de maturidade sexual. A densidade da espécie será registrada pelo número de indivíduos/m2, a estrutura populacional pela distribuição dos exemplares de cada sexo em classes de tamanho de 1 mm CC e a razão sexual pela proporção macho:fêmea. Tais parâmetros serão determinados para as subáreas de cada praia, confrontado as duas praias estudadas e também numa análise sazonal e temporal. O período reprodutivo da espécie será determinado pelo registro mensal de exemplares ovígeros e/ou com gônadas maturas. Os dados biométricos serão submetidos a testes estatísticos que possibilitem a comparação estrutura das populações dessas duas praias. Os dados obtidos permitirão avaliar a atual situação biológica desta espécie, assim como a efetividade da legislação para sua proteção.

Responsável: Biól. Michel José Hereman (mestrando - UNESP/PPG-BA - São Vicente) & Prof. Dr. Marcelo A. A. Pinheiro.
Associados: Prof. Dr. Roberto Munehisa Shimizu (IB/USP).
Financiamento: Bolsa de Mestrado - CAPES.

Genotoxicidade e Estrutura Genotoxicidade e Estrutura Genotoxicidade e Estrutura de Populações em Guaiamuns como Ferramentas de Monitoramento e Manejo de Ambientes Estuarinos no Estado de Pernambuco.

O projeto pretende analisar a estrutura das populações de guaiamum ao longo do litoral pernambucano bem como realizar testes de genotoxicidade destes indivíduos para avaliação da "saúde" dos animais e do ambiente (Programa de Pós-Graduação em Genética - PPGG).

Responsável: Prof. Dr. Rodrigo Augusto Torres.
Equipe Executora: Prof. Dr. Rodrigo Augusto Torres, Profa. Dra. Monica Lucia Adams e MSc. Caio Falcão.
Valor Financiado: CNPq.


1 1 1 Dano Genômico e o Status de Conservação de Mugil curema (Actinopterygii: Mugilidae) em Cinco Sistemas Estuarinos do Estado de Pernambuco

Busca apresentar um panorama da qualidade ambiental dos estuários pernambucanos, através de um diagnostico de possíveis danos genéticos em células sanguíneas da espécie Mugil curema. Tais danos são evidenciados por duas metodologias citogenéticas que detectam lesões a nível cromossômico (Ensaio Micronúcleo) e molecular (Ensaio Cometa). Até o momento foram realizadas as coletas nos estuários dos rios Goiana e Jaguaribe, ambos no litoral norte de Pernambuco, assim como a amostragem controle, coletada no estuário do rio Una, localizado no litoral sul do estado de São Paulo. O material coletado foi submetido aos protocolos experimentais e as lâminas histológicas analisadas em microscópio óptico, para verificar a presença de células micronucleadas e em microscópio de fluorescência quanto à presença de rastros de DNA (cometas). Os resultados fornecerão subsídios para criação de medidas que visem um melhor gerenciamento ambiental dos estuários e conservação da espécie.

Responsável: Profa. Dra. Monica Lucia Adam.
Equipe Executora: Profa. Dra. Monica Lucia Adam, Prof. Dr. Uedson Pereira Jacobina, Prof. Dr. Rodrigo Augusto Torres e Anderson Rodrigues Balbino de Lima.
Financiamento: Bolsa de Mestrado - FACEPE (Proc. 0550-2.04/13) , CNPq (Proc. 565054/2010-4).

1 1 1 Crescimento Relativo e Maturidade Sexual do Caranguejo Austinixa patagoniensis (brachyura: Pinnotheridae), em Santos (SP), Brasil

Os estudos de crescimento relativo e estimativa da maturidade morfológica são parâmetros populacionais relevantes ao melhor conhecimento destes dois processos antagônicos. Assim, o presente estudo visa avaliar algumas relações biométricas de Austinixa patagoniensis e estimar o tamanho de maturidade morfológica de cada sexo, numa análise comparativa em nível latitudinal com outras populações já estudadas. Os exemplares foram coletados associados a galerias do talassinídeo Callichirus major, na Praia do Boqueirão (23°59’23,3’’S - 46°19’42,3’’W), em Santos (SP), sendo sexados e medidos nas seguintes estruturas corpóreas: cefalotórax (LC, largura; e CC, comprimento), própodo quelar (CP, comprimento; AP, altura; e EP, espessura), abdome (LA, maior largura do 4º, 5º e 6º somitos) e gonopódios (CG1, comprimento do 1º par). Os pontos empíricos das variáveis biométricas foram subetidos à análise de regressão, com ajuste à função potência (y=axb), tomando LC como variável independente. Com base na constante “b”, foi determinado o padrão de crescimento alométrico para cada relação (b=0, isométrico; b<1= alométrico negativo; e b>1, alométrico positivo), com uso do teste-t (α=0,05) para confirmar sua diferença da unidade. A maturidade morfológica foi estimada com base no modelo linear (lny=a+b.lnx), em ambiente R Versão 2.13.0, com uso de bibliotecas específicas para análise de relações com inflexão durante a ontogênese ou sobreposição entre as linhas fase de desenvolvimento (jovem e adulta). Foram analisados 315 indivíduos (187 machos e 128 fêmeas), com tamanho (LC) variando de 3,8 a 12,2mm. Para os machos as relações biométricas que melhor evidenciaram alterações durante a ontogenia, com mudança na tendência dos pontos empíricos (“break-point”), foram aquelas relacionadas ao própodo quelar (p. ex., CP e AP). Nas fêmeas, por outro lado, as medidas tomadas em somitos abdominais foram mais discriminantes (p. ex., LA), com sobreposição entre as linhas fase de desenvolvimento. O tamanho de maturidade morfológica nos machos variou de 8,3 a 8,6mm, sendo posterior ao das fêmeas (7,0mm), valores estes obtidos com base em três relações biométricas para cada sexo. O confronto dos tamanhos obtidos com o de outros autores que também estudaram populações desta mesma espécie em nível latitudinal (23º a 32º S), evidenciam um menor porte em menores latitudes, com investimento reprodutivo antecipado quando comparado ao das populações mais austrais.

Responsável: Prof. Dr. Marcelo Antônio Amaro Pinheiro.
Financiamento: CNPq.
1 1 1 1 Projeto Uçá III - Impacto genotóxico em populações do caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Crustacea, Brachyura, Ucididae): Avaliação e correlação com a concentração de metais pesados em cinco manguezais do Estado de São Paulo.

O presente estudo visa avaliar o grau de contaminação da água, sedimento, vegetação arbórea (Rhizophora mangle) e do caranguejo-uçá (Ucides cordatus) por metais pesados, em cinco manguezais paulistas, bem como analisar o impacto genotóxico sobre as populações deste crustáceo, com base na frequência de células micronucleadas.
Os manguezais são áreas de preservação permanente (APPs) e berçários de diversas espécies animais, incluindo o caranguejo-uçá, que é amplamente comercializado e consumido pelo homem em regiões litorâneas. Serão avaliadas cinco áreas de manguezal do Estado de São Paulo (Cananéia, Iguape, Juréia, Cubatão e São Vicente), previamente selecionadas de acordo com seu nível de poluição, cada uma delas representadas por três subáreas de amostragem. O sedimento, folhas da vegetação arbórea (R. mangle), estruturas corpóreas do caranguejo-uçá (U. cordatus) e água da galeria deste crustáceo serão amostrados para a quantificação de seis metais pesados (Cd, Cu, Pb, Cr, Mn e Hg), por espectrometria de absorção atômica. A hemolinfa de cinco caranguejos capturados/subárea (n=75) será colhida para o preparo de três lâminas/exemplar, que depois de coradas terão o número de células micronucleadas (MNs) quantificado sob microscópio óptico comum (1000X). Os dados obtidos pela quantificação de MNs, bem como dos níveis para cada metal pesado, serão submetidos à ANOVA simples e “nested” ANOVA, respectivamente, e as médias comparadas pelo Teste de Tukey (5%). Os resultados obtidos permitirão avaliar o estado de conservação dos manguezais e da qualidade dos estoques pesqueiros de U. cordatus, bem como compor parâmetros avaliadores de sanidade dessa espécie e orientar ações pelos órgãos governamentais para seu manejo.

Responsável: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro
Financiamento: Auxilio Individual de Pesquisa - FAPESP (Proc. # 2009/14725-1) e FUNDUNESP (Proc. # 01255/10-DFP)
1 1 1 1 1 1 1 Projeto Uçá II - Biologia e Manejo do Caranguejo-Uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Crustacea, Decapoda, Brachyura).

Este projeto analisou aspectos relacionados a densidade e estrutura populacional de Ucides cordatus, avaliando seu potencial extrativo, fatores exógenos que atuam sobre a densidade, delimitação da época de acasalamento (quantificação da “andada” e repleção da espermateca), análise da fertilidade/potencial reprodutivo, composição química das folhas de mangue, disponibilidade das folhas senescentes na alimentação do caranguejo- uçá e rendimento/composição química da carne. A transmissão dos conhecimentos também foi repassada a alunos do ensino fundamental, por palestras seguidas de distribuição gratuita de uma cartilha de educação ambiental. Uma população do caranguejo-uçá foi amostrada mensalmente por dois anos, em uma ilha estuarina localizada próxima a Barra de Icapara, Município de Iguape (SP). Cerca de 200 exemplares/mês foram capturados, sexados/classificados em três grupos de interesse (machos, fêmeas não ovígeras e fêmeas ovígeras), medidos (LC, largura cefalotorácica) e pesados em balança eletrônica (PE, peso úmido total). A estrutura populacional foi efetuada empregando a medida direta dos exemplares, bem como o diâmetro das galerias da espécie após conversão para tamanho. A época de cópula foi obtida pelos meses de maior ocorrência de fêmeas com espermatecas cheias de espermatóforos (cópula recente), sendo confrontada com o fenômeno de “andada”, registrado diariamente de 01/outubro a 31/março, associando-os a fatores ambientais. A densidade do recurso será determinada mensalmente para duas áreas de amostragem com diferente influência dos parâmetros exógenos, visando caracterizar possíveis diferenças estatísticas (p. ex., manguezais altos vs. baixos). Cerca de 30 parâmetros exógenos relacionados à atmosfera, água, sedimento e vegetação serão registrados em 73 pontos de amostragem, variando espacial (n=25) e temporalmente (n=48), além de correlacionados à densidade de U. cordatus, possibilitando previsões sobre as áreas de manguezal com maior potencial extrativo. A fertilidade será também quantificada e comparada à fecundidade, com determinação das taxas de mortalidade embrionária e de eclosão, seja para o total como nas classes de tamanho. A composição química e a disponibilidade das folhas senescentes sobre o sedimento dos manguezais atuam sobre o crescimento da espécie, que apresenta taxa distinta conforme a época do ano. O rendimento da carne e sua composição química ainda não foram devidamente abordados para esta espécie, que vêm sendo alvo de intensa exploração, com processamento e industrialização artesanal deste produto, principalmente no norte- nordeste brasileiro. As informações obtidas tem sido disponibilizadas em reuniões com os órgãos gestores e fiscalizadores deste recurso, colaborando com as discussões relacionadas ao manejo desta espécie.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro.
Financiamento: FAPESP (Proc. # 2002/05614-2) e Fundação Biodiversistas – Programa Espécies Ameaçadas (Proc. # 020I/012004).
1 1 1 1 1 1 Projeto Uçá I - Biologia do Caranguejo-Uçá Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Crustacea, Decapoda, Brachyura), no litoral sul do Estado de São Paulo.

Este projeto avaliou aspectos relacionados ao crescimento, maturidade sexual, fecundidade, embriologia e época reprodutiva desta espécie na região de Iguape (SP). Uma população foi amostrada mensalmente durante dois anos, com captura de 150 exemplares/mês, que foram sexados/classificados em três grupos de interesse (machos, fêmeas não ovígeras e fêmeas ovígeras), pesados em balança de precisão 0,01g (PE = peso úmido total) e medidos com paquímetro (0,05mm) ou sistema de análise de imagens (0,01mm): cefalotórax (LC = largura; CC = comprimento), abdome (LA = largura do 5o somito), própodo do quelípodo maior (CP = comprimento e altura) e gonopódios (CG1 = comprimento do 1o par; CG2 = comprimento do 2o par). As relações biométricas CCxLC, CPxLC, LAxLC, CG1xLC, CG2xLC e PExLC foram submetidas à análise de regressão pela função potência (y=a.xb), para estudo do crescimento relativo da espécie. Para a obtenção das curvas de crescimento em tamanho e peso os exemplares de cada sexo foram distribuídos em classes de tamanho (LC) e as componentes modais empregadas para estabelecer seus parâmetros: constante de crescimento (k) e tamanho assintótico (LC∞). A maturidade foi avaliada macroscopicamente por inspeção do estágio gonadal, com determinação das curvas de maturidade fisiológica para cada sexo e estabelecimento do tamanho em que ela se inicia (LC50%). O tamanho na maturidade morfológica será determinado para as relações CPxLC (machos) e LAxLC (fêmeas), submetidas ao programa MATURE. O tamanho na maturidade foi comparado morfológica e fisiologicamente para cada sexo, com a estimativa do tamanho de maturidade funcional. Cerca de 50 fêmeas ovígeras tiveram a massa de ovos pesada e seu número (NO) quantificado por pesagem diferencial. A fecundidade potencial será estimada pela relação NOxLC, enquanto a fecundidade média relativa (F’) foi calculada sazonalmente para averiguar a estratégia reprodutiva da espécie. Os estágios embrionários foram descritos quanto a sua morfometria, coloração e proporção vitelo/embrião, além da coerência de seu agrupamento num número menor de estágios. A delimitação da época reprodutiva será estabelecida por análise do percentual mensal de fêmeas ovígeras na população, sendo checada com os percentuais mensais de exemplares com gônadas maturas. Os dados obtidos vêm sendo utilizados pelos órgãos gestores na adequação das leis que determinam a época de defeso da espécie na região, bem como pelo seu manejo populacional.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro.
Financiamento: FAPESP (Proc. # 98/6055-0) e FUNDUNESP (Proc. # 302/99-DFP).
1 1 1 1 Projeto Caranguejo-Uçá na Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul (SC).

Este projeto analisou a dinâmica reprodutiva (época de cópula, de muda, de maturação gonadal e de desova), bem como a densidade e estoque populacional de U. cordatus, com projeções sobre seu potencial de extração imediato e futuro. Uma população dessa espécie foi amostrada mensalmente durante um ano nos manguezais da Baía da Babitonga (SC), com captura de 200 exemplares/mês. Estes foram identificados, sexados/classificados em três grupos de interesse (machos, fêmeas não ovígeras e fêmeas ovígeras), medidos com paquímetro (LC = largura cefalotorácica) e pesados em balança eletrônica (PE = peso úmido total). A estrutura populacional da espécie foi avaliada por inspeção dos histogramas mensais de distribuição de tamanho (machos e fêmeas). Cada exemplar foi classificado quanto ao seu desenvolvimento gonadal em três estágios (imaturo, em maturação e maturo), bem como mensalmente para estabelecimento da dinâmica gonadal de cada sexo. A delimitação da época reprodutiva foi estabelecida pelo percentual mensal de fêmeas ovígeras na população, sendo confrontada com o período de maior percentual de fêmeas maturas. A época de cópula foi obtida pelos meses de maior ocorrência de fêmeas com espermatecas cheias de espermatóforos (cópula recente), sendo confrontada com os meses caracterizados pela regressão gonadal dos machos (gônada matura para em maturação). A época de muda de cada sexo foi determinada pela associação dos estágios de muda com o padrão cromático do cefalotórax. Durante o período reprodutivo o fenômeno de “andada” e outros comportamentos típicos foram registrados diariamente, associando-os às fases lunares. As informações foram empregadas em fóruns de discussão sobre a legislação de defeso em vigor, norteando seu ordenamento extrativo na região e possibilitando a manutenção dos estoques para o futuro.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro.
Financiamento: CEPSUL/IBAMA.
1 1 1 1 Ciclos de vida de Crustáceos Decápodos e Estomatópodos no Arquipélago de São Pedro e São Paulo.

O estudo do ciclo de vida de crustáceos no ASPSP acrescentará novas informações sobre a relação das latitudes equatoriais e ambientes isolados com padrões reprodutivos e produtivos de larvas planctônicas. Esse estudo servirá como base para outros a serem realizados em ilhas oceânicas da costa brasileira, haja vista servirem como potencial atrativo a recursos pesqueiros e concentração planctônica, em especial das larvas de crustáceos, que servem de alimento a peixes. Crustáceos decápodos como caranguejos, camarões carídeos e lagostas são muito abundantes no Arquipélago, cuja proporção larval (recém-eclodidas e pós-larvas) pode indicar se a região é fornecedora ou receptora de larvas. O caranguejo Grapsus grapsus é muito abundante na parte emersa da ilhas, que atualmente tem sido continuamente visitada por pesquisadores. No entanto, seu papel no fluxo de energia é ainda desconhecido, sendo a reprodução uma das funções dos organismos que apresenta menor tolerância às modificações ambientais. Assim, o estudo da biologia reprodutiva auxiliará no monitoramento do impacto da presença humana no local; a biometria dos exemplares para o estabelecimento da maturidade sexual e em trabalhos sobre o crescimento e dinâmica populacional; e o registro larval nas amostras de plâncton um importante indício das relações entre a coluna d água e a porção emersa das ilhas.

Coordenadora: Profa. Dra. Andréa Santarosa Freire (Depto de Ecologia e Zoologia - Centro de Ciências Biológicas / Universidade Federal de Santa Catarina).
Financiamento: CNPq.


1 1 1 1 Fecundidade e Crescimento do Siri Arenaeus cribrarius (Lamarck, 1818) (Crustacea, Brachyura, Portunidae), no litoral norte do Estado de São Paulo, Brasil.

Os exemplares de Arenaeus cribrarius foram coletados mensalmente durante 12 meses com redes "otter-trawl" na zona litorânea de Ubatuba (SP), Brasil. Os animais foram medidos (LC, largura cefalotorácica sem os espinhos laterais), sexados e pesados (PE, peso úmido). A massa de ovos de cada fêmea foi pesada (PO, peso úmido dos ovos), seca, com contagem do número de ovos (NO). Foram avaliados os gráficos de dispersão das relações NOxLC, NOxPE e NOxPO, também submetidas a análises de regressão. A fecundidade media relativa foi calculada por mês/estação do ano, sendo comparada para verificar uma possível variação sazonal da intensidade produtiva. O número de ovos apresentou correlação positiva com as variáveis independentes analisadas, variando de 135.210 a 682.156 ovos. Esta fecundidade foi intermediária em relação a outros portunídeos, sendo mais elevada nos Portuninae e reduzida nos Polybiinae. A fecundidade media relativa não diferiu mensal ou sazonalmente, mas a maior intensidade reprodutiva ocorreu no verão e inverno, o que pode ser decorrente da reduzida variação térmica que caracteriza as regiões subtropicais. As curvas de crescimento foram obtidas da análise de 2.629 exemplares (1.293 machos e 1.336 fêmeas), com os animais de cada sexo distribuídos em classes de tamanho de 5mm. As modas de tamanho foram avaliadas em função do tempo e ajustadas ao Modelo de Von Bertalanffy, obtendo-se os seguintes parâmetros: tamanho assintótico de 120,52mm (machos) > 100,81mm (fêmeas); e constante de crescimento de 1,80 (machos) > 1,60 (fêmeas). A longevidade foi de 1,8 anos para os machos e 2,0 anos para as fêmeas. Os machos tiveram uma maturidade precoce (5,0 meses) quando comparada à das fêmeas (6,8 meses). A razão de crescimento e tamanho assintótico desta espécie foi superior ao de outras espécies de portunídeos, apresentando, por isso, grande interesse para a aquicultura.

Coordenador: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro.
Financiamento: Programa Jovens Pesquisadores - FAPESP (Proc. # 1995/09495-2).
1 1 1 Crescimento Relativo e Reprodução de Achelous spinicarpus(Crustacea: Portunidae) na costa sudeste do Brasil

Este trabalho teve por objetivo estudar o crescimento relativo, a maturidade sexual morfológica e a fecundidade do siri Achelous spinicarpus em uma região tropical, na plataforma continental Sudeste do Brasil (25º S). Foi realizada a biometria de todos os exemplares, considerando medidas do cefalotórax, quelípodo, abdome e gonopódios. O crescimento relativo foi descrito com base na equação alométrica (y=axb), enquanto que o tamanho de maturidade sexual foi determinado a partir de inflexões nas relações envolvendo o quelípodo, gonopódios (machos) e abdome (fêmeas), como variáveis dependentes, quando relacionadas à largura cefalotorácica (variável independente). A fecundidade foi estimada pelo método gravimétrico. As relações do comprimento do própodo quelar e espinho carpal pela largura da carapaça sem os espinhos laterais (CW) apresentaram alometria positiva em ambos os sexos, com significativa variação na constante “b” para os machos entre as fases de desenvolvimento (jovem e adulta) e tamanho de maturidade estimado em 37 mm de CW. Nas fêmeas, o abdome foi mais adequado na estimativa da maturidade morfológica, ocorrendo com tamanho inferior (32 mm de CW), com mudança no padrão de crescimento entre as fases, passando de isométrico (jovens) para alométrico positivo (adultas). Os gonopódios também evidenciaram diferentes taxas de crescimento entre as fases de desenvolvimento, inclusive em sincronia com as variáveis do quelípodo. A fecundidade média para a espécie foi 53,984 ovos, havendo correlação positiva e significativa entre o número de ovos (NE) exteriorizados e o tamanho (CW) das fêmeas, bem como a equação que permite a interconversão entre estas variáveis, devido ao ajuste da função potência (r2 ≥ 86%).

Responsável: André Luiz Pardal Souza
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Antônio Amaro Pinheiro
Financiamento: Bolsa de Iniciação científica – FAPESP (Proc. # 2009/11711-0).
1 Biologia Populacional de Emerita brasiliensis (Crustacea, Anomura, Hippidae), na região intertidal da Praia Vermelha do Sul, em Ubatuba (SP).

Emerita brasiliensis Schmitt, 1935 é um crustáceo anomuro conhecido popularmente no Brasil como “tatuíra”, com distribuição do Estado de Espírito Santo (Brasil) a Buenos Aires (Argentina). Foram coletados 834 indivíduos (290 machos e 544 fêmeas, sendo 97 ovígeras e 447 sem ovos), resultantes de amostras bimensais ocorridas de maio/ 1992 a março/1993, com peneiras na região intertidal da Praia Vermelha do Norte, em Ubatuba (SP), Brasil. Os animais foram sexados e medidos, apresentando comprimento cefalotorácico (CC) variando conforme o sexo: machos de 3,4 a 17,3mm (l3,2±2,1 mm) e fêmeas de 13,8 a 26,3mm (20,5± 1,8mm). As fêmeas preponderaram na população (0,54 macho:1 fêmea), embora em maio ocorreu um padrão inverso (1,84:1). As Fêmeas ovígeras ocorreram em todas as amostras (exceto em maio e setembro), com maiores frequências em julho e janeiro. É provável que a maturidade das fêmeas seja atingida com 17mm CC, que corresponde ao menor tamanho de fêmea ovígera encontrada.

Coordenadores: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro e Prof. Msc. Jelly Makoto Nakagaki
Navio Soloncy Moura Caranguejo Navio Soloncy Moura Patrocínio Navio Soloncy Moura Projeto Soloncy - Diversidade de Crustáceos e Peixes no Talude Continental Centro-Sul do Estado de São Paulo

São escassos os estudos dedicados ao levantamento da macrofauna bentônica do talude continental ao longo do litoral brasileiro. Dentre os organismos associados aos fundos não consolidados, os crustáceos decápodos e os peixes perfazem a maior parte da biomassa nesses biótopos, pelo que se faz necessária a realização de levantamentos faunísticos de modo a identificar espécies-chave e obter estimativas de diversidade. Tal conhecimento fornecerá as bases necessárias para começar a entender o funcionamento da comunidade amostrada no presente projeto, além de possibilitar a identificação das espécies com potencial interesse comercial. As atividades de pesca ao longo do litoral brasileiro estão praticamente restritas à plataforma continental, pelo que poderão ser propostas alternativas para o desenvolvimento de uma atividade sustentável visando espécies de profundidade. Em comparação com a região norte do Estado de São Paulo, os estudos realizados no Centro-Sul são ainda incipientes, atendo-se principalmente a áreas estuarino-lagunares, mais produtivas. O presente projeto tem como objetivo caracterizar a composição, distribuição e diversidade de crustáceos decápodos e peixes no talude continental Centro-Sul do Estado de São Paulo, ao largo da orla costeira compreendida entre as cidades de Santos e Cananéia. O NPq 'Soloncy Moura' será utilizado como base operacional para as coletas sazonais durante dois anos consecutivos, prevendo um total de oito cruzeiros. A área amostrada estará compreendida entre as latitudes 25º a 27º S, totalizando cerca de 28.000 Km2. O navio percorrerá uma rota seguindo um modelo 'dente de serra' , num total de seis radiais, conduzindo em cada uma a três transectos de três Kms nas isobatas de 100, 300 e 500 m. Em cada transecto os organismos demersais e bentônicos serão capturados utilizando uma rede de arrasto de fundo, além de serem registrados os principais parâmetros fisico-químicos da água de superfície e fundo (temperatura, salinidade e oxigênio dissolvido) e caracterizada a textura e a matéria orgânica associada aos sedimentos. O padrão de distribuição destes taxa será examinado em função dos principais parâmetros ambientais, possibilitando o reconhecimento de áreas prioritárias, visando propostas de conservação e gerenciamento. Os índices de diversidade e riqueza serão estimados na escala espaço-temporal definida. Também é prevista a elaboração de um levantamento de crustáceos decápodos e peixes, além de quantificar a abundância relativa das espécies capturadas, de modo a determinar quais constituem potenciais estoques pesqueiros. A biologia pesqueira dessas espéceis será estudada para a delimitação do período reprodutivo e tamanho da primeira maturação, que servirão de base para a elaboração de portarias de defeso a ser implementadas pelo CEPSUL/IBAMA.

Coordenadores: Prof. Dr. Marcelo Antonio Amaro Pinheiro
Financiamento: Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul (CEPSUL) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)
1 1 1 Acúmulo de seis metais pesados nos estágios foliares do mangue-vermelho, Rhizophora mangle (Linnaeus) (Angiosperma: Rhizophoraceae), e em estruturas corpóreas do caranguejo-uçá, Ucides cordatus (Linnaeus, 1763) (Crustacea, Brachyura, Ucididae)

Os macroinvertebrados bentônicos são de grande relevância na avaliação e monitoramento da qualidade ambiental de ecossistemas aquáticos, particularmente aqueles submetidos a impactos antropogênicos. Os metais pesados podem ser acumulados pelos organismos desses ecossistemas, podendo atingir níveis tóxicos, mesmo em doses menores, levando em conta a interação entre eles. O caranguejo de mangue Ucides cordatus é um crustáceo semiterrestre herbívoro, que se alimenta das folhas e propágulos disponíveis sobre o sedimento de manguezal, tendo íntima relação com o sedimento e com a água existente em suas galerias. O presente estudo visa analisar o acúmulo de seis metais pesados (Cd, Cu, Pb, Cr, Mn e Hg) em três estruturas corpóreas do caranguejo-uçá (musculatura, hepatopâncreas e brânquias), bem como em três estágios de maturação foliar do mangue-vermelho (brotos, verdes maduras do terceiro ramo e amarelas senescentes nos ramos). Pretende-se que os resultados obtidos possam ser utilizados como parâmetro para escolher a melhor estrutura corpórea/estágio foliar em estudos de monitoramento desses metais em manguezais, disponibilizando importante informação sobre a bioacumulação na biota, principalmente no caso do caranguejo-uçá, que é um recurso pesqueiro relevante em várias regiões brasileiras.

Responsável: Pablo Pena Gandara e Silva
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Antônio Amaro Pinheiro
Financiamento: Bolsa de Iniciação científica – FAPESP (Proc. # 2010/05129-3).
1 1 Crescimento de Emerita brasiliensis (Schmitt, 1935) (Crustacea, Anomura, Hippidae), em Ubatuba (SP)

Emerita brasiliensis é um crustáceo hipídeo encontrado em países do Atlântico Ocidental. O presente estudo visa determinar o modelo da curva de crescimento em tamanho para machos e fêmeas de E. brasiliensis Schmitt, 1935, na Praia Grande, Ubatuba (SP), além de relacionar seus principais parâmetros a fatores ambientais com variação latitudinal ou local, caso disponíveis na literatura. No período de outubro/1996 a setembro/1997 foram realizadas coletas mensais na região intertidal da Praia Grande, em Ubatuba (SP), com uso de peneiras, com obtenção de 7.069 animais (4.295 são machos e 2.774 fêmeas). Os exemplares tiveram seu tamanho de referência (CC, comprimento cefalotorácico) medido com paquímetro ou sistema de análise de imagens, com posterior agrupamento por sexo em classes de tamanho de 1mm. Os dados obtidos foram digitados e analisados por mês e agrupamentos bimensais pelo programa FiSAT, com decomposição das componentes modais discriminados pelo Método de Battacharya, confirmados pela rotina NormSep. O melhor acompanhamento modal ocorreu com o agrupamento bimensal dos dados obtidos para cada sexo, com estabelecimento das componentes modais (média ±­ desvio padrão) e linkagem daquelas mais expressivas, referentes à mesma coorte etária. Com base nas coortes etárias foi estimado para cada sexo a taxa de crescimento, o tipo de modelo do crescimento em tamanho em função da idade (VBNS, Von Bertalanffy não sazonal; ou VBS, Von Bertalanffy sazonal) e os parâmetros de crescimento, particularmente a constante de crescimento (k) e comprimento máximo assintótico (CC∞). Para os machos a constante de oscilação (C) foi expressiva e significativa (C=1), indicando o modelo VBS para representar o crescimento, enquanto nas fêmeas não houve expressividade desta constante (C=0,3; p>0,05), com melhor ajuste por VBNS. Utilizando os métodos disponibilizados pelo FiSAT, informações pregressas importantes sobre a bioecologia de E. brasiliensis e planilhas eletrônicas para o ajuste das curvas de crescimento. A espécie apresentou longevidade de 6 anos, sendo maior nos machos do que nas fêmeas, com indícios de reversão sexual de machos para fêmeas a partir de 10mm (CC), com idade de 2 anos. Não foi evidenciado efeito significativo dos parâmetros ambientais analisados sobre o crescimento de E. brasiliensis, embora a existência do efeito latitudinal seja observado na revisão bibliográfica, com uma redução pouco expressiva do índice de desempenho de crescimento (Ø’) com o aumento latitudinal. Os valores deste índice foram discrepantes quando comparados aos da literatura, particularmente no caso dos machos, que apresentaram a menor constante de crescimento (k) quando comparada a outros estudos já realizados anteriormente sobre esta espécie.

Responsável: Bruna Trevisan Souza (Iniciação Científica)
Orientador: Prof. Dr. Marcelo Antônio Amaro Pinheiro
Financiamento: Bolsa de Iniciação Científica – FAPESP (Proc. # 2010/15193-0).


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